Património Histórico

  • Igreja de Santa Maria da Caridade

  • Convento de Santa Maria da Caridade

  • Capela do Senhor dos Remédios

  • Igreja da Misericórdia

 

Igreja de Santa Maria da Caridade: Contém apenas uma nave, com uma abóbada onde está pintado um brasão do Arcebispo da Baía, D. Gaspar Barata de Mendonça. O retábulo do altar é de Talha Dourada do século XVII, onde foi colocada a imagem de Nossa Senhora da Assunção. No altar colateral do lado da Epístola está um retábulo com três pinturas sobre tela, representando Santa Clara, Santa Isabel e a Aparição da Virgem a S. Francisco.

A sacristia, construção do princípio do século XVIII, tem o tecto ornamentado com caixotões de pilastras e frisos decorativos, emoldurando pinturas sobre tábua, de feição popular, pintado em 1720. Existem ainda duas imagens de santos (indeterminados), centrados em torno de um Cristo de marfim do século XVIII, da Escola Flamenga.

A Igreja de Nossa Senhora da Caridade possui um conjunto de telas seiscentistas e setecentistas onde são representadas cenas religiosas familiares, como o caso de Santa Ana que ensina Maria a ler. Existe também um conjunto de esculturas onde se inclui a imagem de Nossa Senhora da Caridade (século XIV), que se encontra exposta no Altar. Na Galilé, à direita, situa-se a capela do Senhor dos Remédios, decorada com azulejos azuis e brancos com figuras ornamentadas e quatro painéis alusivos aos Passos de Cristo. Os Claustros da Igreja destacam-se pela simplicidade franciscana em tons de azul e branco, e no telhado encontra-se um relógio de sol. 

A envolvente da Igreja também é rica em património. Ao longo da escadaria que dá acesso ao largo do Convento, ladeiam freixos trazidos da Índia por Sardoalenses e existe também uma velha amoreira, espécime já rara no concelho de Sardoal.

 

 

Capela do Senhor dos Remédios foi mandada erguer pelo Frei Joaquim de Vale de Prazeres, tendo sido dourada e pintada em 1750. O seu interior é decorado por um silhar de azulejos azuis e brancos, com figuras ornamentais e quatro painéis alusivos aos Passos do Senhor. 

As semelhanças entre estes azulejos e os da Igreja da Misericórdia são notórias, adiantando-se que a sua origem foi a mesma. Na parede exterior da Capela encontra-se um Calvário com a imagem Cristo Crucificado de proporções naturais. Contudo, como se encontrava no exterior, apesar de fechado com portadas, estava sujeito às intempéries e ao sol, degradando-se com o passar do tempo. Por isso, a imagem foi colocada no interior da igreja para sua salvaguarda, regressando unicamente no dia do Senhor dos Passos.

 

A Igreja da Misericórdia remonta à década de 1370, tendo sofrido obras em 1511 (conforme inscrição epigráfica numa das pilastras do pórtico), resultado de ampliação de uma ermida mandada erigir por D. Fernando I. Com esta ampliação, a Igreja mudou a decoração exterior, de inspiração renascentista.

 

 

No Boletim Informativo da Santa Casa da Misericórdia de Sardoal (nº2, Setembro de 1983) lê-se que "a Igreja da Misericórdia é um edifício do séc. XVI. Portal de pedra de estilo renascentista, de uma  cor doirada, guarnecido de medalhões entre a curva do arco e a arquitrave, com lavores no friso e nas faces das pilastras. A porta lateral, de arco de volta redonda, tem o último moldado acairelado de seis lóbulos ornamentais. No interior do templo pode ver-se um painel de azulejos modernos, da autoria do pintor Gabriel Constante, representando a rainha D. Leonor.

 

 

Interiormente é uma nave coberta de tecto de madeira, sendo o arco triunfal lavrado em estilo Renascença e apoiado em capitéis com figuras. Do lado da Epístola há um painel central com a cena do lava-pés, fronteiro a um altar que ocupa o lado do Evangelho. No altar-mor está um Cristo, escultura de pedra do séc. XVII." (In "Inventário artístico de Portugal", III). Ao fundo do templo foi construído o coro alto em madeira e do lado do evangelho encontra-se a tribuna também construída em madeira. O púlpito tem a forma de cálice e foi colocado ao lado da epístola junto à entrada para a capela-mor.

 

No Boletim de Janeiro/Abril de 2000, é referido que a Igreja da Misericórdia "junto do qual funcionou o hospital da nossa Santa Casa durante cerca de 350 anos, até meados de 1850, continua a ser visitado por bastantes estudiosos e cultores da arte." Tanto a Igreja da Misericórdia como a Igreja de Santa Maria da Caridade e o Convento são motivos de visitas regulares. O património da Santa Casa da Misericórdia é motivo de interesse por parte de visitantes que vêm ao Sardoal oriundos de todo o país.

 

 

Fotos: Quinta da Fonte Velha; Parque Pedro Barneto Nogueira